Rachadinha de Eduardo Pimentel envolve doações ilegais em Curitiba
Rachadinha de Eduardo Pimentel foi revelada durante as eleições municipais de Curitiba, envolvendo mais de 1.500 servidores e doações ilegais. O escândalo ganhou visibilidade após um áudio comprometer Antonio Carlos Pires Rebello, superintendente de Tecnologia da Informação da Secretaria da Administração, que pressionou servidores públicos a participarem de um jantar de arrecadação com valores exorbitantes para apoiar a candidatura de Eduardo Pimentel, do PSD.
1. Ministério Público intervém no esquema de rachadinha
O Ministério Público do Trabalho (MPT) interveio imediatamente após as denúncias de rachadinha de Eduardo Pimentel. De acordo com a investigação, os servidores foram coagidos a comprar ingressos para um jantar que custava entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. A prática de coerção sobre os funcionários foi considerada um claro caso de assédio eleitoral, violando as leis trabalhistas e eleitorais. O MPT ordenou a devolução imediata dos valores arrecadados, estipulando um prazo de 24 horas para que a Prefeitura de Curitiba e a campanha publicassem um comunicado oficial sobre a ilegalidade das doações.
Esse tipo de coerção fere os princípios da isonomia e transparência eleitoral. O Ministério Público também recomendou que os servidores não fossem penalizados financeiramente por terem sido forçados a contribuir com a campanha de Pimentel. Com isso, as investigações sobre o esquema de rachadinha eleitoral ganharam destaque nacional, chamando a atenção para a pressão exercida sobre servidores públicos em período eleitoral.
2. Doações ilegais ultrapassam R$ 3 mil por servidor
Mais de 1.500 servidores públicos participaram do jantar, contribuindo com valores entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. Entre os doadores estavam funcionários de empresas públicas e órgãos municipais, como Sanepar, Copel, IDR-PR e a Casa Civil do Paraná. Um dos casos mais alarmantes foi o de uma funcionária que doou R$ 9 mil, valor muito superior ao de outros contribuintes.
Além disso, a denúncia de rachadinha de Eduardo Pimentel incluiu a participação de figuras públicas, como Mário Celso Petraglia, presidente do Athletico Paranaense, que doou R$ 30 mil. Esses valores exorbitantes geraram questionamentos sobre a legalidade das doações, principalmente porque muitos dos participantes eram servidores em cargos comissionados, o que aumenta a suspeita de pressão por parte de superiores.
3. Adversários políticos exigem investigações aprofundadas
Luciano Ducci, principal adversário de Eduardo Pimentel, foi um dos primeiros a se manifestar publicamente contra o esquema de rachadinha. Ele declarou que a prática de assédio eleitoral é inaceitável e que pressionar servidores a apoiarem financeiramente uma campanha política é um crime que deve ser investigado e punido. Sua campanha ganhou força após a denúncia, com ele se posicionando como defensor da legalidade e da ética nas eleições.
Outro candidato, Ney Leprevost, também criticou duramente o caso, exigindo que a Polícia Federal fosse acionada para investigar a fundo a extensão do esquema. Leprevost destacou que a denúncia não deveria se limitar a um funcionário exonerado, mas que uma investigação mais ampla deveria ser conduzida para garantir que outras figuras políticas envolvidas fossem responsabilizadas.
4. Consequências para Eduardo Pimentel e sua campanha
O escândalo de rachadinha de Eduardo Pimentel impactou diretamente sua campanha, que até então liderava as pesquisas. Em resposta às acusações, Pimentel se pronunciou nas redes sociais, afirmando que repudia qualquer tipo de pressão sobre servidores e que o responsável pelo esquema já havia sido exonerado. Ele tentou se distanciar da situação, alegando que o jantar não fazia parte de sua campanha, mas sim do PSD estadual.
Apesar de suas declarações, o estrago já estava feito, e sua credibilidade foi abalada. Adversários políticos continuam pressionando por respostas mais concretas, enquanto o Ministério Público do Trabalho acompanha de perto a devolução dos valores e a regularização das campanhas.
5. Repercussões nacionais do caso
O caso de rachadinha de Eduardo Pimentel trouxe à tona questões sobre a transparência nas eleições e o uso de cargos públicos para pressionar funcionários. Além de afetar a campanha de Pimentel, o escândalo levantou debates nacionais sobre a necessidade de regulamentações mais rigorosas para evitar a coerção eleitoral e garantir que as eleições sejam justas e livres de assédio.
Figuras políticas de outros estados também se manifestaram sobre o caso, destacando a importância de investigar esquemas semelhantes em suas próprias campanhas. O escândalo pode gerar novas investigações em outros municípios, principalmente onde há suspeitas de uso indevido de servidores públicos para apoiar campanhas eleitorais.